Livros que me marcaram

by - 14:53


 Já viram alguma criança com uns 4 anos que é louca para aprender a ler e a escrever, a ponto de brigar com os pais? Se sim, aviso que eu era assim, risos. Se não, acho que pela descrição deu para entender. Enfim, eu amo histórias desde sempre, acho, e por isso era super ansiosa para começar a ler, mas só fui aprender com 6 anos, como a maioria das crianças na escola. Mesmo no começo, eu já era diferente, lia todas as noites sem parar e foi assim até dois anos atrás. Estava sempre lendo, principalmente durante a noite, amo ler e sempre amarei. Mas todos sabem que conforme você cresce, mais responsabilidades vem em cima de você e no nono ano tive que começar a parar de ler. Vocês não tem ideia da falta que me fez, mas aos poucos estou recuperando. Ontem comecei a me lembrar de alguns livros que me marcaram muito e decidi fazer um post sobre eles aqui. Espero que gostem.

Pippi Meialonga


 Eu tenho que começar com esse, simplesmente tenho. Para quem não sabe, foi dele que o sobrenome que dei a mim, Longstocking veio (Meialonga em inglês). Enfim, é basicamente um livro sueco muito doido (no estilo infância de 1944) sobre uma garota chamada Pippi Meialonga (o nome inteiro dela é muito longo então nem vou falar) de nove anos que vive sozinha em uma casa com um cavalo e um macaco (e também é a garota mais forte do mundo). Ela é muito mentirosa, mas de um jeito que não prejudica ninguém, dizendo que seu pai é o rei dos canibais ou que já esteve no Egito. Ela faz amizade com seus vizinhos, Tom e Aninha, e basicamente a história dos três livros é contando as coisas bizarras e engraçadas que os três fazem (tem uma história com o pai dela também).

Por que está na lista?
 Sabem quando sua mãe não te deixa fazer algo porque é "para gente mais velha"? Esse livro era uma dessas coisas quando comecei a ler, quando criança parecia um livro incrível com mil aventuras e tudo mais, eu queria muito ler pois quase não tinha figuras e isso era algo que me tornaria diferente dos demais da minha sala. Li com sete anos e me apaixonei, afinal era o meu primeiro livro de "adulto" (era assim que eu pensava na época, risos). A partir daí meus pais me deram o apelido de Pippi, pois eu tinha um temperamento parecido com o da personagem. 


A Imperatriz dos Etéreos


 Esse eu ganhei da minha mãe no Natal quando tinha nove anos e considero o meu livro favorito por nunca enjoar de ler. Creio que reli umas seis ou sete vezes de tanto que amei. A história é como se passasse na Era Glacial, mas cheia de fantasia. Os humanos vivem nas Cavernas, com extremo medo de sair para fora. Mas há lenda da Imperatriz e o Reino dos Etéreos contando que se você conseguir chegar lá, a Imperatriz o fará um Etéreo, isso significa nunca mais ter fome, tristeza, dor... mas também quer dizer que você nunca mais sentirá alegria ou saudade. A narrativa gira em torno da personagem Bipa que sai para fora em busca do amigo Aer que desejava se tornar um Etéreo. 

Por que está na lista?
 Como toda criança nessa época, eu amava uma narrativa fantástica, com poderes místicos, goblins e seres mágicos. Mas depois de um tempo eu comecei a pensar na discussão desse livro e é algo muito mais profundo. Conforme Bipa vai se aproximando do Reino da Imperatriz, as pessoas que tem o desejo de ir para lá vão ficando mais magras e brancas, virando transparentes e até desaparecerem e se tornarem só uma voz. Acredito que isso seja uma simbologia da busca do ser humano por uma sociedade perfeita, onde a fome e a miséria não existam, mas é algo impossível. Envolvendo a questão da beleza, todos começam a ficar mais brancos e magros no começo do caminho, creio que isso envolva uma questão racista e de padronização estética que as mídias promovem. 

Maya Fox


 Li quando tinha uns 12 anos, bem na época que comecei a me aproximar do underground, digamos. Sempre fui curiosa quanto ao gótico e punk, ainda mais pela Inglaterra, e esse livro foi um tipo de céu nessa época que comecei a descobrir essas coisas. Há três histórias interligadas na vida da londrina de 17 anos, Maya Fox. A primeira é sua vida normal, amigos, compras na Camden Town (um bairro conhecido pelas lojas góticas e punks em Londres) e o amor pelo misterioso Trent (ele lê Lorde Byron ). A segunda é a parte mística, ela descobre ser uma predestinada com o poder de falar com o pai morto. Na terceira, envolve sua mãe, uma famosa psicóloga criminal, e o seu caso policial com o assassino do marido. Todas essas histórias se entrelaçam para um grande final envolvendo o grande mistério do fim do mundo previsto pelo povo maia.

Por que está na lista?
 Como eu disse, li em uma época que combinava muito com o que eu estava amando. O grande mistério pode até ser legal, mas era a vida normal de Maya que me interessava. Era a vida que eu gostaria de ter, principalmente a parte das roupas de Camden Town, risos. Mas o que eu realmente gostava, é pelo fato de eu me identificar com ela já com 12 anos e imaginar se eu seria como ela com 17. A história sempre me foi fascinante, também nunca enjoo de ler.

Contos de Imaginação e Mistério


 É um livro reunindo alguns contos de Edgar Allan Poe, não tem toda obra desse lindo, mas é o que tenho. Quem nunca ouviu falar ao menos n'Os Assassinatos da Rua Morgue? É um dos meus favoritos. O Gato Preto, Os Fatos do caso do sr. Valdemar, A Máscara da Morte Vermelha e O Enterro Prematuro estão em meu coração também.

Por que está na lista?
 Mais um livro que ganhei de minha mãe, mas especial, muito especial. Foi o primeiro livro de histórias macabras que li e o primeiro da época romântica da literatura. Nele, descobri o quanto amava histórias do tipo e Poe se tornou meu escritor favorito.





NOTA: Os dois primeiros livros fizeram mais parte de minha infância, então quero avisar que não é um post de recomendação, pois provavelmente jamais os leria se não tivesse lido em suas épocas, mas nada te impede de ler algum deles. Maya me marca como um período de transição da minha vida, saindo da infância. Já Poe simboliza a saída completa desse período da vida.

 Enfim, esses foram os livros que lembro de me marcarem muito durante a minha curta vida, risos. Vocês tem algum? Comentem!

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1 comentários

  1. Eu não tenho nenhum, mas fica suuper curiosa pra ler "contos de imaginação e mistério".
    Beijooos!

    http://katdreamin.blogspot.com.br/

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